O tema da regulação das mídias digitais no Brasil continua dando sinais de força. Em evento da AGU (7/3), Gilmar Mendes afirmou estar “absolutamente convencido de que é urgente a disciplina das redes sociais”. Wilson Gomes voltou a tratar do tema em excelente coluna na Folha. Como escreve, se há um certo consenso sobre o fato que é preciso regular as mídias digitais, não há nenhum sobre como se deve fazer isso.
Nessa seara, defendo que as mídias sociais (o caso do WhatsApp é diferente) devem ser responsabilizadas pelo conteúdo que promovem, por meio de algoritmos. A censura prévia é um mal menor nesse contexto e seu prejuízo pode ser facilmente reduzido com iniciativas públicas, acadêmicas e sem fins lucrativos de democracia digital.
Não regular é o pior cenário. A cultura política no Brasil sofreu recentemente uma enorme transformação, tornando-se mais radicalizada, menos consensual e mais descontente. Essas e outras mudanças se deram em paralelo à completa transformação da comunicação no país, que apresenta hoje um tipo de “sistema híbrido de mídia”. Comunicação e cultura andam de mãos dadas e uma regulação maior da primeira se faz necessária para conter o extremismo na outra ponta.
Comments